chuveiros queimados e risos vazios
a cada noite distante dos seus olhos
minhas mãos ficam mais frias
sem velas, meu barco segue o ritmo
de paradas muito longas
longas como as notas mais baixas
do seu violão
quanto tempo se passa na lonjura
insistente dos sapatos nas ruas
passo as mais variadas horas
neste silêncio cortado
pelas ambulâncias da tarde
espero, ainda
espero, tecendo recortes de páginas
há pouco barulho lá fora
e sua voz é tudo o que vejo
*
*
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