a cidade amedronta
sobretudo à noite
quase não saio de casa
tenho medo dos carros
vindo sem limite
atropelando o tempo
poluindo o olhar
atravesso somente
se o sinal fecha
tenho medo de carros
uma vez um deles
me pegou
não bati a cabeça
cinco dias no hospital
tive medo de morrer
prometi rezar todos os dias
com o tempo me esqueci
rezo algumas vezes
minha fé é vacilante
como o meu caminhar
inseguro, vulnerável
embora eu o queira sólido
tenho medo de deus
ou de não crer
tenho medo de carros
e da noite na cidade
ela amedronta
e cheira à pressa
e fumaça
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