caminhar sozinha na avenida à noite
com medo de ser engolida pelos carros
ou pelos homens que estão fora deles
seria uma preocupação inútil
não fossem as tantas notícias que evito ler
todos os dias
não fosse aquele homem me encostando
às três da tarde, no meio da rua
um homem sem camisa, provavelmente bêbado
me assusta o fato de ele estar bêbado a essa hora
me assusta o fato de ele ter se aproximado
tão facilmente
e a forma como ele atravessou na frente do carro
sem o medo de ser engolido
o medo que me engole quando saio
sozinha à noite na avenida
Assinar:
Postagens (Atom)
embora
então , quando eu tiver ido, ficarão as flores para você cuidar não saberá qual foi a última vez em que as reguei o tempo de cada uma seu br...
-
Quanto desejo de chuvas E de rebrotos E de renovos E de ombros nus E de amoras Sobre as raízes descobertas! Manoel de Barro...
-
quando uma lágrima espessa brota destes lábios é porque dentro deles tua língua há de ter navegado tão calma e profundamente que de não...
-
diariamente leio sobre poetas críticos teóricos do meu tempo e de outros em busca de respostas mais que isso em busca de perguntas que ...