gosto de poder andar de meias, às três da manhã, nesse chão que escorrega e quase absorve todas as dores do mundo. poderia pisar noutro chão, supor suas pausas e risos, beijar seus dedos como quem escorrega no abismo. poderia ser outro chão, mas não há onde pisar. as cicatrizes duram uma eternidade sem sono. seguir as linhas, medir os pontos e dar de cara com a parede. nada parece mais óbvio. os pés de frente ao abajur que não se acende há muito tempo. as mãos sem lugar no fundo, sem lugar no chão. e de pausa em pausa, abrir os pulmões e não saltar. nada parece mais óbvio.

embora

então , quando eu tiver ido, ficarão as flores para você cuidar não saberá qual foi a última vez em que as reguei o tempo de cada uma seu br...