o poeta sempre escreve no escuro
as palavras estão na ponta dos dedos
[um skatista passa na avenida
posso ouvir o barulho atravessando a noite
e o poeta está sempre fugindo]
uma chuva de nuvens abertas
fecha o dia que segue em frente
uma recorrência que não se justifica
querer nascer querer morrer
o nome que sumiu da página
sobrevive no escuro dos olhos
ler poetas em tempos de terrorismos
chorando sozinhos no meio da noite
uma recorrência que se justifica
o luto sem morte de uma palavra
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