ao que não termina

há uma cruz nos meus olhos
onde enterro teus ossos todos
os dias, no fim da tarde

[morrer apenas o estritamente necessário
retirar teus ossos da minha carne 
ninar o medo das tuas mãos]

uma vez pequena, saber que o dia acaba
e a fresta de sol que aquecia a cama
seguiu teus pés pela janela

o livro me cobre os seios
rejeita em mim o que é sombra
a rosa das línguas não basta 

*

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