a fumaça me salva
mais uma vez a vida
quando devia me afogar
no tempo.
cancelo a primeira versão
e jogo no escuro a lembrança.
entre os dedos amasso o cigarro,
deito sobre meu cansaço.
palavra por palavra a cinza escorre
queimando o que resta,
mas a ruína comporta o mundo
e agora o mundo sou eu, sem ombros
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