Um poema de Olga Savary

Olga parece ter nos observado no prazer da tarde, no gesto simples de chupar laranjas.
Nos aproximamos pela palavra, corações abraçados num mesmo desejo. Leio este poema e o faço meu, revelador de minha própria existência:


QUERO APENAS

Além de mim, quero apenas
essa tranqüilidade de campos de flores
e este gesto impreciso
recompondo a infância.
Além de mim
- e entre mim e meu deserto -
quero apenas silêncio,
cúmplice absoluto de meu verso,
tecendo a teia do vestígio
com cuidado de aranha.
- Olga Savary

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